sábado, 31 de março de 2012

Mercado

Antes de mais convém apresentar-me. O meu nome é Miguel, estudante de economia e co-autor deste blog. O meu primeiro post vem atrasado mas finalmente chegou. Mais informações sobre a minha pessoa são dispensáveis.


O mercado como conhecemos economicamente é o lugar (abstracto) onde a procura e a oferta se encontra, seja ele o de bens e serviço, o monetário, o financeiro etc, etc, etc...
A minha questão é como se forma esse "Mercado"?

A criação de um mercado é criado através da troca de informação que antecede a troca de mercadoria. Ele só atingem o óptimo de pareto caso , em primeiro lugar, essa troca de informação for óptima. Isto pressupõe uma conexão de pessoas ,em todo o mundo, impossível. Portanto, não existe óptimo nenhum a nível global. Podemos então examinar a nível micro, micro, como uma feira.

Definição do mercado exemplo

Imaginemos um mercado só com 20 bancas de peixe, todos com o mesmo peixe,  cuja a venda/ compra é baseado no sistema de honra, ou seja, não há vendedor* e o comprador* leva o peixe deixando o pagamento(dinheiro) num local próprio para o efeito. A única diferença são os preços. Temos aqui o que podemos chamar um mercado de concorrência perfeita, certo ? (Caso esteja engano avisem-me porque a teoria vai toda com o caneco) Seguindo com o exemplo, imaginemos a viagem de dois compradores, o senhor A e B, cada um com características pessoais diferentes mas para ambos o peixe é o seu produto favorito, eram capazes de gastar todo o seu rendimento em peixe, mas neste caso só precisa de um.( Se não me engano definir a mesma curva de indiferença para os dois. Repito, caso esteja enganado avisem-me).

Comportamento dos participantes
Agora o ser humano e a informação de que dispões. Partimos do princípio que o nenhum conhece o mercado onde está. O senhor A, vamos chamá-lo de poupadinho, entra no mercado e dados os preços vai procurar o mais barato. Por sua vez, o senhor B, o senhor aproveita o momento, entra no mercado vai vendo as bancas, e decide que a dada altura encontra uma banca com um preço razoável. Porque não tiveram os dois a mesma opção ? Provavelmente porque a curva de indiferença não era a mesma ?
Então digamos que conheciam os mercado antes de entrar. Nesta situação escolheriam o mesmo produto pois sabiam que era o mais barato e onde se encontrava.
A questão aqui é que mesmo estando no mesmo espaço foram criados dois mercados diferentes. Dois mercados diferentes ?? Sim. Um onde intervinha o senhor A e todos os vendedores e outro para o senhor B e alguns produtores.
A existência de dois mercados diferentes gerou duas reacções diferentes. A criação destes mercados, seja tanto do ponto de vista de consumidor final, produtor inicial, ou intermédios, é parte fundamental do funcionamento de mercado.
Aqui dou por terminado o post...



Notas:
*- Utilizo as palavras vendedor/comprador em deterimento de produtor/consumidor pois na minha opinião no mercado existe venda e compra, em que o primeiro pode não ter produzido nada e o segundo pode não ir consumir nada.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

P Ponto (.) Apresenta-se


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Ele. É ele, isso mesmo. Não interessa o nome, a idade, interessa apenas que é ele e é uma criança. O resto não existe, porque a identidade não mata a fome, não limpa um corpo na estação seca ou protege a pele contra uma picada do mosquito da malária, ou o cancro da pele provocado pelo imenso buraco na camada de ozono, do qual é responsável ninguém (e quem poderia ser, afinal? Ele, ele bem sabe que não é, mas também sabe que as probabilidades de sofrer por causa do buraco são grandes). Existe outro ele - e não vai ser preciso distingui-lo do primeiro ele. Hoje acordou preguiçosamente, de estar tão quentinho nos lençóis (ele acordou no Kalahari, a família estava à procura de água e foi raptada por rebeldes). De seguida, gritou para a mãe que hoje não faria a cama, estava de férias (“Tenho medo”, disse ele amarrado ao colo da mãe, sob a ameaça de uma Fuzil Johnson M1941). Correu até ao ponto de encontro, já sabia que ia impressionar tudo e todos e, assim, foi. Quando chegou, toda aquela vasta variedade de jovens ficou fascinada com ele, com as sapatilhas tão desejadas por qualquer membro do grupo (e ele, que só desejava que o deixassem descansado, não se importaria de beber a água turva de todos os dias e de comer a sua carcaça de pão rija; nunca se importou). Os seus olhos foram vendados (ele caminhou pelo meio de todos, cego pela riqueza que possuía). Todos foram fechados numa cela de paredes em cimento, dois por três metros (ele chegou a casa, atirou os sapatos para o meio da cozinha e correu rumo ao quarto, onde pensava estar a sua consola de jogos). Cinco pessoas, cinco dias e cinco noites, sem que comida aparecesse. O chão já não existia, multiplicavam-se as moscas doentias e doentes pelo cheiro, o cheiro a pessoas e aos restos que já não são seus nem da terra, são restos e nada mais. Nessa noite, ele foi jantar com os seus pais ao restaurante mais fino da cidade. Nessa noite, seria a última noite que ele aguentaria sem jantar. A sua mãe tirou-lhe as espinhas ao peixe, que ele tanto protestou em comer. No final, acabou por conseguir o que quis. O peixe passou para o prato da mãe e o pai pediu um prego no prato para a criança. Ambos estavam felizes em ver o filho contente. Mas, nesse momento não estavam ambos felizes, porque o filho lhes tinha morrido nos braços. Se ele e ele são realmente o mesmo pronome pessoal, por que não tratá-los exactamente da mesma forma?
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sábado, 18 de fevereiro de 2012

Economia política ou, simplesmente, Economia depois da alienação, à la Marx, do corpus político

Antes de mais, gostaria de desejar bons dias aos demais leitores. É com apreço que escrevo neste blogue pela primeira vez. Mas advirto o leitor que, porventura me lê pela primeira vez, que não sou, de todo, ingénuo nestas questões da opinião bloguista.
A um título introdutório, e para não haver uma pretensão da minha parte àquilo que escrevo, manda a etiqueta formal apresentar-me. O meu nome é José Alves e aquilo que sou as minhas letras o escrevem.

Passando para assuntos mais do foro da oikos nomos, o que venho hoje propor aos demais não é tanto uma reflexão sobre números e modelos "pornográficos" de econometria que provocam o mais brilhante orgasmo mental ao impressionável pela, e como o meu irmão mais novo lhe apelida, matemática com letras, mas uma reflexão mais do lado do que deveria ser a Economia.

Gostaria de chamar a atenção ao leitor para que, neste texto, não virei como Messias tentar analisar gráficos e números - isso deixarei para os meus colegas blogers, pelo menos numa primeira análise. Tentarei ir ao busílis da questão, propondo um exercício conjunto de reflexão, não ao jeito dos livros de Nicholas Sparks, que parecem querer buscar assunto filosófico através d'a rotina que não interessa a alguém, nem às senhoras que rugem do decote da palavra.

Assistimos hoje, a um debate à escala intergaláctica (visto os marcianos também andarem a debater o que se passa com a economia do nosso planeta) do modo como devemos resolver os problemas da dívida, do crescimento sustentável (este pronunciado de forma sensual) do monstro que a especulação financeira criou, e mais assuntos dignos de se escrever num texto semelhante ao Apocalipse de S. João.

É certo que, e apenas na minha opinião como leitor dos factos, a origem desta crise tem alguns factores bem identificáveis, na qual resumo a apenas um factor: a globalização. Se calhar o que venho aqui bramar aos leitores, como Hossanas nas alturas, seja demasiado cliché. Mas se observarmos mais dentro desta caixa de pandora que foi a globalização podemos observar alguns factores que contribuíram para o arrefecimento da máquina de crescimento económico (palavra dita de modo orgulhoso porque ponho qualquer amigo de engenharia impressionado - como, de uma língua tribal do médio oriente e que só poucos a conhecessem, se tratasse). Entre muitos factores podemos salientar a desindustrialização de alguns países, alocando a produção nos Chineses, os exóticos produtos financeiros que alicerçaram crenças de valor acrescentado ao capital, sem tradução desse mesmo valor na Economia real. Mas não foram só estes factores que têm contribuído para este arrefecimento económico. Depois da queda dos bancos americanos e da sua propagação ao resto do mundo, como se de peste negra, à la sec. XIII, se tratasse, continuamos a assistir ao arrefecimento das economias. O leitor pode-me sugerir que se deve à crise Europeia das dívidas públicas dos países, como Portugal.
De facto associar o arrefecimento económico à crise das dívidas soberanas não é, de todo falso, mas parece roçar a falácia, no sentido em que se estes países crescessem, as dívidas eram sustentáveis e isso potenciaria ainda mais o boom económico, de modo que ainda sustentaria ainda mais as finanças públicas e assim adiante de modo a que se assistiria à formação de um ciclo à semelhança do símbolo infinito, já que o mesmo não tem princípio nem fim.
O que me parece ser um alicerce para justificar a crise dos crescimentos (pelo menos na Europa) foi que com a globalização, assistimos ao 3º choque petrolífero, mas desta vez foi do lado da procura ao invés do que acontecera nos últimos dois.
Com a entrada em cena da China, Índia, Coreia, Tailândia, Áfricas, e Médios Orientes, países como Portugal, que apesar de ter uma estrutura produtiva débil do ponto de vista industrial, comparado com outros países europeus, são altamente dependentes do petróleo. Um barril de petróleo a 140$ é insuportável para países como o nosso e causador de arrefecimento do crescimento económico, e por isso é que se piora a Balança de Pagamentos e em última análise as dívidas.

Mas tudo isto parece ser justificativo da decadência de Portugal, ou de outros que se encontram numa difícil tarefa de se recomporem. Mas na minha opinião não é só os factores que enunciei acima causadores do Adamastor português.

A alienação política e a pouca projecção sentida pelos gentios na esfera política portuguesa, que é gritante a todos os níveis, e talvez a razão do declínio económico português. A economia devia-se, primeiramente antes de tentar resolver específicos dentro do seu submundo, preocupar-se com a reorganização da sociedade. Aqui confesso que a economia e a sociologia se confundem. Mas não é estranho, de todo, a quem lê. A República já nos chamava a atenção para o problema da organização social e política do Estado. E é esta organização social e política que promove e potencia crescimentos económicos.

Mas pergunta-me, uma vez mais, o leitor, porque se é assim tão evidente que este seja o cerne do mal português (antecipando qualquer tipo de retórica futura)? Eu respondo-lhe que esta alienação, à la Marx, é provocada justa e simplesmente, porque aquilo que se chama o "preço da informação" (não simplesmente o preço em adquirir informação em livros, internet, jornais, mas sim o de reflexão política e organizacional) é muito elevado. Só quando o preço da informação está ao nível das gentes é que existe uma transformação da sociedade no sentido de atingir os seus objectivos, que neste momento, se cingem à forma como nos tornaremos, mais prósperos, num futuro próximo.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Krugman em Lisboa

Jornal de Negócios informa-nos que o Paul Krugman, nobel da Economia em 2008, vem a Lisboa a 27 de Fevereiro receber o título de Doutor Honoris Causa.

O evento tem a sua importância só por ser o Krugman, mas adquire um significado maior pelo facto do título ser atribuído por três universidades: a Técnica, Nova e Clássica. A cerimónia será na Aula Magna por volta das 17h.

O Krugman tem sido um duro crítico das políticas de austeridade nos Estados Unidos da América e da forma como têm sido aplicadas na União Europeia. A sua conferência, naturalmente, deverá abordar este tema.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Viva!

Após os textos publicados entre nós, confesso sentir alguma relutância e, também, desconforto, em escrever a seguir. A verdade, é que não me sinto versado em realidades aqui aprofundadas, nem desperta em mim, nenhum gosto especial em os aprofundar.

Todavia, não posso deixar de comentar um dos "hot topics" do momento: a crise da dívida. Os meus colegas já o debateram antes de mim. E, na área deles, nada tenho a acrescentar. Gostaria antes, de lançar ao debate o esquema geopolítico europeu e as consequências deste jogo, bem entendido.

Que jogo é este? Bom, é simples: após a "denúncia" sobre a dívida grega e a sua hipótese de contágio, a maior parte dos países da UE isolou a Grécia no mundo. Mas, a Grécia não quer ser isolada! Não, pois não quer! Certo certo certo (!): houve ajuda financeira e os gregos são uns trapaceiros, mesmo até pior que nós portugueses, com subsídios e barbaridades ético-morais-ó-financeiras (será que posso dizer isto?) que nunca mais acabam! Mas há curas de médicos que, por vezes, matam os doentes.

De facto, digamos a verdade: estamo-nos todos a marimbar para os gregos, caso o resto da UE/Zona Euro sobreviva com distinte. Pelo menos, é o que a UE/ZE deixa transparecer. Já nós ouvimos, muita gente importante dizer e repetir, vezes e vezes e vezes... : "Nós não somos a Grécia", "Os gregos isto", "Os gregos aquilo". Como meros investidores de capital, não nos preocupamos com o ambiente circundante e o longo prazo do ambiente. A verdade, é que estamos perante um marco na história que marcará a UE e os gregos. Especialmente os gregos. Eles não esqueceram. Estamos, puramente, a estragar as relações humanas para conservar e proteger capital alheio e patriotismos idiotas (desculpem a redundância). 

Não se iludam: isto é uma guerra. E a UE/ZE matou alguns gregos e nós, portugueses, sofremos também algumas baixas. Isto não se esquece. Isto marca. Será esta, a melhor estratégia? O ás das nossas copas? Será isto de melhor que conseguimos fazer?

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Grande Recessão versus Grande Depressão

Sempre que alguém quer comparar um desastre económico, recorre-se com abundância à Grande Depressão. E eu não sou excepção.

O gráfico seguinte mostra a evolução percentual do produto interno bruto real do Reino Unido e da Itália comparando com o PIB dos anos 1929 e 2008. Os dados para 29-36 foram calculados a partir da base de dados do Angus Maddison, e os dados para 08-15 da base de dados do FMI (Setembro, 2011).


O que vemos é que oito após da eclosão da Grande Depressão, a Itália já tinha crescico 6,9% e o Reino Unido 13%, e que demoraram 5 e 6 anos a regressar ao nível de 29.

Em contraste, temos que segundo as previsões do FMI, o PIB italiano nem volta ao nível de 2008 volvidos oito anos (2015). O Reino Unido está previsto regressar ao nível de 2008 este ano; e  no mesmo intervalo de oito anos em que saia 13% mais rico da Grande Depressão, apenas sai desta Grande Recessão 6,8% mais rico.

Eu nem me preocuparia muito com isto, caso os produtos destes países estivessem perto do potencial, mas não é esse o caso.

Fonte: AMECO

Passados tantos anos, o Reino Unido e a Itália ainda continuam a uma distância considerável do seu produto natural. E quem diz Reino Unido e Itália, diz França, Estados Unidos, Irlanda, Portugal, Grécia e a maioria mundo desenvolvido. Com cada ano que passa, o país desperdiça recursos que podiam estar empregues a produzir riqueza, contribuindo para o apaziguamento do pânico dos mercados financeiros e bem-estar dos seus cidadãos. 

A perduração deste desvio colossal e prolongando deve-se a uma política económica inadequada. Na verdade, adversa. Quando os Estados-Membros da União Europeia decidiram dar prioridade única e absoluta à resolução da crise da dívida pública através da austeridade, condenaram-se a uma recuperação lenta e dispendiosa, com uma política que só a dificulta.

Às tantas, a Grande Recessão ainda nos sairá mais cara que a Grande Depressão.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Terça-Feira, parece que é a minha vez de (começar) publicar.
Antes de mais, o meu nome é Ricardo, tenho 20 anos e sou estudante de Economia do ISEG.
Deixo-vos uma pequena história que eu criei, a que eu chamo "Zé, uma história portuguesa".

            Zé era uma criança pobre, que viveu durante muito tempo com o Avô. Durante esse tempo, Zé não tinha direito a muitos dos doces que os seus vizinhos desfrutavam, mas não se queixava muito (com excepção de umas birras pontuais), pois não tinha muito contacto com as crianças vizinhas e o seu Avô também não esbanjava o dinheiro que recebia dos seus terrenos herdados. Viviam uma vida austera, devido à avareza do Avô.
            Um dia, o Avô morreu e o pobre Zé regozijou pois assim ficou sobre a custódia tanto do seu Pai como de alguns dos seus Tios, que durante a vida do Avô, viveram afastados em clandestinidade.
           O Pai, satisfeito com a sua nova situação e pressionado pelos Tios mais radicais, resolveu dar ao pequeno Zé, os doces que ele tanto ansiara, o que fez novamente as delícias do filho.
            Apesar de com a morte do Avô, o Pai ter perdido os rendimentos dos terrenos herdados, este pôde continuar a dar ao seu filho os doces que ele tanto apreciava, muito devido às poupanças que o Avô deixara. Enquanto havia dinheiro, a situação era de prosperidade e tanto o Pai como o Zé engordavam com o novo clima familiar.
            No entanto, houve alturas em que o dinheiro começou a escassear, levando a que o Pai tivesse que pedir ajuda financeira a Agiotas forasteiros, que lhe emprestaram dinheiro de forma a o Zé pudesse continuar a viver a sua vida como ele desejava. No entanto esses empréstimos levaram a que os credores exigissem disciplina nos gastos da família e portanto o Pai teve que pontualmente cortar em alguns doces que dava ao filho.
           A situação resolveu-se, mas passado uns tempos voltou a repetir-se, com as mesmas consequências.
            O Pai do Zé, entretanto, foi fazendo amizade com alguns dos vizinhos do Prédio (ao contrário do Avô, que preferia manter a distância), levando a que houvesse trocas de contactos e reuniões casuais entre os moradores.
Numa dessas reuniões, foi acordado entre os Pais a criação de um Infantário para melhor educar os seus filhos. Este Infantário tanto era um sinal de união como um sinal de prestígio para os Pais.
Apesar dessas mais-valias, a criação do Infantário acabaria por retirar um pouco de autoridade aos Pais na educação dos filhos. Mas a generalidade dos moradores do Prédio aceitaram a decisão.
Com o passar do tempo, os sinais de optimismo iniciais foram perdendo força, à medida que as crianças mais fortes à partida foram ficando mais vigorosas, com grande destaque para o Friedrich, enquanto as crianças mais franzinas como o Zé e o Giorgios continuaram a ser cada vez menos resistentes. Outras crianças que se foram deteriorando com a entrada no Infantário foram o Pablo e o Giovanni.
No entanto a situação só descambou, quando uma criança de outro bairro, o Michael (que era bastante conhecido e respeitado entre os outros, apesar da sua apetência para maltratar crianças que têm Pais autoritários, em especial se estes forem Mouros ou Vermelhos), apanhou uma grave doença, que acabou por contagiar as crianças todas, em especial as do Infantário.
Rapidamente todos os Pais trataram do remédio para os seus filhos doentes, mas apesar de evitarem momentaneamente a doença, alguns dos filhos ressentiram-se com o remédio usado, em especial o Giorgios, o Seamus e o Zé.
O problema veio quando os Pais dessas três crianças se aperceberam que não tinham dinheiro para o remédio e portanto teriam que pedir dinheiro emprestado aos Agiotas forasteiros de forma a manter as suas crianças saudáveis. Mais uma vez estes, exigiram que os Pais tivessem maior contenção nos gastos, sendo ainda agravado pela permanência dos filhos no Infantário. E para tal, cortaram em muitas das regalias a que os filhos estavam habituados, levando a muitas birras piegas por parte destes.
O Zé, foi o último dos três a sofrer as consequências, mas sente bastante a aparente mudança de atitude do seu Pai, fazendo-lhe lembrar em parte o Avô falecido.
Esse descontentamento do Zé tem vindo a ser agravado nos últimos tempos, ao ouvir conselhos dos seus Tios a dizer que a situação em que está, é culpa do Pai e da sua submissão aos agiotas estrangeiros.
Vivem-se tempos complicados e o Zé já não sabe se deve continuar a ser sacrificado para agradar o seu Pai, se deve ouvir o conselho dos Tios, ou simplesmente sair do Infantário e começar uma vida nova.   

Espero que desperte discussão entre membros e não só.
RM